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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fibromialgia: a dor que não passa


A sensação é de ter sido atropelada: dói tudo e há um cansaço sem fim. E, pior, sob olhares de desconfiança por não ter “cara de doente” e os exames darem resultado normal. Mas é possível encontrar alívio para a fibromialgia, que ataca sobretudo as mulheres. O exercício é indispensável para a recuperação


Dar uma volta no shopping, empurrar um carrinho de supermercado, passear no parque e outras atividades triviais podem virar uma tortura para quem tem fibromialgia: 2,5% da população, na proporção de um homem para cada oito mulheres, a maioria na faixa entre 25 e 55 anos de idade. Ela se manifesta como uma dor persistente em várias partes do corpo. “Os atingidos não conseguem precisar o local, dizem que ‘dói tudo’”, informa a reumatologista Evelin Goldenberg, autora do livro O Coração Sente, o Corpo Dói (Editora Atheneu), que fala sobre essa doença complexa e pouco conhecida. Nos casos mais severos, até os fios de cabelo doem. Nem abraço é tolerado. Fora isso, a pessoa sente um cansaço inexplicável e um conjunto de sintomas – daí ser considerada uma síndrome – que inclui alterações no sono, rigidez matinal, dores de cabeça e depressão. E o sofrimento se arrasta. Um estudo da Sociedade Brasileira de Reumatologia com 500 mulheres, divulgado em 2011, concluiu que as pacientes demoram, em média, dois anos e meio para buscar auxílio médico e cinco anos até obter o alívio de suas queixas. Durante todo esse tempo, peregrinam por consultórios, fazem dezenas de exames e se submetem a tratamentos ineficazes. 

O que dificulta o diagnóstico é que os exames de sangue e de imagem (raios X, ressonância magnética) dão resultado normal ou trazem achados que não esclarecem as queixas. Só métodos de última geração empregados em centros de pesquisa, como o pet scan (tomografia por emissão de pósitrons), que exibe o cérebro em funcionamento, são capazes de identificar alterações nos mecanismos cerebrais envolvidos na percepção da dor. E, como se não bastasse, a pessoa não tem “cara de dor”, isto é, não fica pálida e suando frio como quem é surpreendido por cólica renal. Por isso, familiares e amigos às vezes não levam a sério as queixas da vítima, desconfiam de que está querendo chamar a atenção e a apelidam de Maria das Dores. O diagnóstico traz alívio para quem teve os sintomas menosprezados: “Saber que não sofre de um distúrbio raro e fatal, que não corre o risco de ficar inválida e, principalmente, que não está louca faz toda a diferença”, diz a reumatologista. Embora a síndrome não tenha cura, o tratamento adequado mantém os sintomas sob controle. 

Sensibilidade acentuada 

A dor da fibromialgia é diferente da provocada por corte e queimadura. Não decorre de lesão nem de inflamação em alguma parte do corpo. Mas de amplificação da sensibilidade dolorosa, isto é, o portador sente mais dor do que o normal porque os mecanismos envolvidos no processamento da dor estão alterados. Há um excesso de substância P (do inglês pain, “dor”), o neurotransmissor que leva ao cérebro as informações dolorosas, enquanto analgésicos naturais, como a serotonina, estão em baixa. Daí decorre um aumento na percepção de dor. “O sistema nervoso vai ficando tão sensível que passa a responder de forma exagerada ao menor estímulo”, explica Evelin Goldenberg. Quem tem parentes de primeiro grau com a doença corre mais risco de apresentá-la. As crises são deflagradas especialmente por stress emocional: perda de uma pessoa querida, separação, hospitalização prolongada. Traumas físicos (cirurgias, acidentes), processos infecciosos, perdas prolongadas de sono e grandes flutuações hormonais são outros possíveis gatilhos. A inatividade física também contribui para que a fibromialgia dê as caras e o hábito de fumar tende a agravar a dor. 

Pondo ordem na casa 

Nem toda dor crônica é sinal de fibromialgia. Os exames complementares ajudam a excluir doenças inflamatórias (bursite, por exemplo), degenerativas (caso da hérnia de disco) e metabólicas (como hipotiroidismo), que podem provocar sintomas semelhantes. Porém o mais importante é o exame físico, associado à história médica. Até 2010, o diagnóstico era positivo quando, dos 18 pontos espalhados pelo corpo (tender points) pressionados pelo médico na consulta, pelo menos 11 doíam. O último Consenso Brasileiro de Fibromialgia, assinado por 27 especialistas naquele ano, diz que, além de observar a dor, é preciso avaliar o estado físico e emocional do paciente, bem como a presença de sintomas como fadiga, sono não reparador e perda de memória, por pelo menos três meses. Com a adoção dos novos critérios, a incidência no sexo masculino começou a subir. 

O tratamento consiste num pacote, que abrange orientação do paciente, medicamentos e exercícios, para reduzir a sensibilidade dolorosa e combater as outras queixas. A psicoterapia pode ser útil quando o stress emocional tem peso considerável (indica-se a terapia cognitiva comportamental), bem como a meditação e a acupuntura. Há dois remédios específicos para aliviar a dor da fibromialgia. O antidepressivo duloxetina é prescrito para quem também tem depressão, enquanto o neuromodulador pregabalina é indicado para quem manifesta formigamento e distúrbios do sono. Para abrandar os demais sintomas, podem ser associados outros antidepressivos (amitriptilina, nortriptilina, fluoxetina), relaxantes musculares (ciclobenzaprina), indutores de sono (zolpidem) e analgésicos comuns (paracetamol) ou opiáceos leves (tramadol). Todos esses fármacos requerem supervisão médica. 

Treino customizado 

Exercício regular é um aliado essencial. Um estudo publicado na Arthritis Care Research, uma das mais importantes revistas científicas de reumatologia, em fevereiro de 2013, acompanhou pacientes com fibromialgia que começaram com dez minutos de caminhada duas vezes por semana e após três meses caminhavam 30 minutos quatro vezes por semana. Houve melhora da capacidade física e dos sintomas sem agravar a dor. A maioria também tomava remédios, o que mostrou que um programa bem estruturado à base de medicamentos e exercício regular pode controlar o distúrbio. “O exercício evita as contrações musculares (que provocam dor), fortalece, alonga e relaxa a musculatura, melhora o sono, a postura e a disposição, auxilia no controle da ansiedade e do peso e aumenta a autoestima”, enumera o fisioterapeuta Guilherme Henrique Barros Bogolenta, que atende numa clínica de reumatologia em São Paulo e tem experiência no acompanhamento desses pacientes. 

Mas pessoas cansadas, cheias de dores e sedentárias tendem a resistir ao treino, temendo que ele intensifique o sofrimento. “Apesar de soar como remédio amargo no início, ele é necessário não para fazer do paciente um atleta, mas para ajudá-lo a superar a dor e voltar às atividades cotidianas”, avisa a fisioterapeuta Vivian Pasqualin, do FibroCuritiba, grupo de apoio a pacientes com fibromialgia criado há dez anos na capital paranaense. Já quem treinava antes de receber o diagnóstico, mesmo com as dores, às vezes acredita que forçar é bom, vai fazer bem. “Agora é preciso entender que há um limite”, orienta. 

Os exercícios devem ser leves, progressivos, supervisionados e planejados para que a frequência, a duração e a intensidade aumentem de modo criterioso e individualizado. Do contrário, podem mesmo piorar o quadro. “É um projeto de longo prazo. Não para um mês ou dois, mas para a vida toda, como a reeducação alimentar”, compara a fisioterapeuta. Ainda mais se considerar que a fibromialgia pode voltar a incomodar quando menos se espera. Segundo Vivian, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. 

Conheça os sintomas:

Cansaço inexplicável 
Comum em quase 90% dos pacientes, já é observado ao levantar e piora com qualquer esforço físico. 

Sono não reparador 
Cerca de 70% dos pacientes apresentam sono leve, acordam várias vezes durante a noite e têm dificuldade para adormecer. 

Rigidez muscular matinal 
É uma das sensações mais descritas (60%), seguida de formigamento em braços e pernas e sensação de inchaço (50%). 

Dores de cabeça recorrentes
Metade relata enxaqueca ou cefaleia tensional. 

Dor persistente, de moderada a grave 
Começa numa área (pescoço, ombros, região lombar), sem causa aparente, depois se generaliza. Percebida como pontada, agulhada ou queimação, já incomoda pela manhã e piora no período pré-menstrual, no frio e em fases de stress. 

Intestino irritável 
Pelo menos 34% apresentam dor e distensão abdominal e episódios alternados de diarreia e prisão de ventre. 

Cistite de repetição 
Mais de 10% têm bexiga irritável, que se caracteriza por aumento na frequência de idas ao banheiro e dor ao urinar. 

Problemas Cognitivos 
Perda da memória e dificuldade de concentração aparecem em 20% dos pacientes. distúrbios do humor. Além de irritabilidade e ansiedade, 25% dos portadores apresentam depressão no momento do diagnóstico

Fonte: Revista Corpo a Corpo

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