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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Entenda a enxaqueca e veja dicas para controlar a dor

Quando não medicados, os sintomas da enxaqueca podem perdurar de 4 a 72 horas

Será que é só uma dor de cabeça? Entenda os sintomas da enxaqueca e descubra se você é vítima deste mal

Realidade de muitas pessoas, a enxaqueca é expert em comprometer o dia a dia daqueles que convivem com as fortíssimas dores de cabeça. Em conversa com o Dr. Alexandre Walter de Campos, neurocirurgião especialista em terapia da dor do Hospital São Camilo (SP), o médico classifica a enxaqueca como uma cefaleia primária, sendo esta o segundo tipo mais frequente de dor de cabeça no mundo. “A doença obedece alguns critérios, como dores lateralizadas (mais de um lado da cabeça que do outro), sensação de pulsar ou latejamento na cabeça com intensidade que varia de moderada a forte, podendo piorar com a prática de atividades físicas, em ambientes de muita claridade ou com muito barulho. Geralmente também se associa a outros sintomas como náuseas e vômitos”, define o neurocirurgião.

Segundo o Dr. Alexandre, a enxaqueca está relacionada a uma disfunção cerebral e a uma alteração na dinâmica do fluxo sanguíneo do cérebro. “É a interação entre uma variação momentânea da circulação sanguínea cerebral e uma liberação não habitual de neurotransmissores que levam aos sintomas dolorosos da enxaqueca”, explica. Também ressalta que suas origens ainda são desconhecidas: “Apesar do estudo das cefaleias ter sido iniciado por volta de 1930, ainda não compreendemos toda a enorme rede de alterações que ocorre com as moléculas (neurotransmissores) que atuam na conexão entre as células cerebrais, bem como as influências que estas têm sobre o controle de fluxo sanguíneo que chega ao cérebro”.

Além do aspecto eventualmente pulsátil, característica lateralizada com náuseas e intolerância à luminosidade e barulho – sintomas típicos da enxaqueca – esta pode durar de 4 a 72 horas (quando não medicada). “É um quadro bem diferente da dor de cabeça tipo tensional (tensão muscular), pois esta é bilateral, mais fraca, constante, sem náuseas e sem intolerância sensitiva. Na dúvida, é importante que busque orientação de um neurologista”, esclarece o neurologista Dr. Leandro Teles (SP). O especialista ainda lembra que, para diagnosticar a enxaqueca é preciso de, pelo menos, cinco crises estereotipadas.A enxaqueca pode se apresentar de maneira crônica ou episódica (em crises), sendo que a identificação desses padrões leva a uma abordagem terapêutica diferente. O Dr. Alexandre explica: “Enxaqueca crônica é uma condição em que os sintomas clínicos específicos ocorrem mais de 15 dias por mês por pelo menos três meses consecutivos; já a enxaqueca episódica apresenta os sintomas característicos, porém ocorrem de maneira esporádica”.

Não há cura para os sintomas da enxaqueca, mas sim formas de controlar as crises. Para tal, os especialistas utilizam medidas farmacológicas (remédios) e não farmacológicas (como mudança do estilo de vida do paciente e evitar desencadeantes): “Com relação aos medicamentos, temos dois tipos distintos de conduta complementar: medicamentos para cortar a crise (uma vez que esta já começou) e medicamentos que previnem as dores, chamados de profiláticos. Os medicamentos profiláticos são muito importantes para os pacientes que apresentam mais de duas ou três crises fortes por mês. Do ponto de vista não medicamentoso, é fundamental adotar hábitos saudáveis que ajudem a controlar os sintomas da doença, como dormir adequadamente, evitar estresse e alimentos que se associem fortemente a dor em determinada pessoa e praticar exercícios físicos regularmente”. 

Fonte: Revista Corpo a Corpo

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