O que é?
O papilomavírus humano não é apenas um vírus, mas uma família inteira deles – são aproximadamente 150 tipos. Algumas versões, que não necessariamente são transmitidas sexualmente, causam verrugas na palma das mãos e na planta dos pés. “Outras levam a uma lesão precursora de câncer na região genital”, diz o dermatologista Hélio Miot, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. E são esses últimos tipinhos, com predileção pelas partes baixas, os mais preocupantes. “Hoje o HPV é a principal doença viral transmitida pelo sexo. E ele está envolvido em praticamente todos os casos desse tumor”, afirma Luisa Lina Villa, diretora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. Se isso parece não ter nada a ver com você, saiba que oito entre dez mulheres sexualmente ativas contraem pelo menos um tipo do papiloma ao longo da vida.Além do útero. Os tipos mais perigosos, chamados de alto risco, podem estar relacionados, em menor freqüência, a tumores de ânus, pênis, vulva, boca e até faringe
Formas de contágio
O contato sexual é a maneira mais comum de contágio. E bastante atenção: inclua aí preliminares e sexo oral. Basta o reles atrito com a mucosa infectada, da mão, da boca ou dos genitais, para o vírus fazer mais uma vítima. “Entre uma e três relações sexuais sem penetração é o suficiente para se contaminar”, alerta Luisa Lina Villa. Repetindo: sem penetração. Toalhas, roupas e superfícies como a tábua do vaso sanitário também favorecem a transmissão do vírus. Mas a contaminação por objetos, embora possível, é raríssima.
Prevenção
Algumas medidas são indispensáveis para fugir da cilada do HPV: evitar ter vários parceiros e usar camisinha. Ela só não garante 100% de proteção porque não cobre toda a superfície de contágio.
Mas, para os especialistas, de longe a arma mais eficiente contra o HPV é a vacinação, hoje recomendada para meninas e jovens de 9 a 26 anos. São três doses – cada uma custa em torno de 400 reais – e o ideal seria que elas fossem tomadas antes mesmo da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. A eficácia da vacina é alta: 95% de sucesso no combate aos principais causadores de câncer e, no caso da quadrivalente, proteção também contra os que mais provocam verruga genital. “Estudos já mostram os benefícios da vacinação em pessoas com mais de 26 anos e até em homens”, revela Thomas Broker, presidente da Sociedade Internacional de Papilomavírus. Ou seja, é muito provável que, em breve, ela também seja aplicada nesses públicos.Compare as vacinas
Exames
Tomar a vacina não exclui a necessidade de manter-se fiel aos procedimentos rotineiros de prevenção e detecção do vírus. Veja quais são eles: Papanicolau com uma espátula, o médico colhe material do colo do útero e coloca em uma lâmina. Aí, é feita uma análise em microscópio. Não dá para identificar o vírus, mas é possível verificar se há alterações nas células.Colposcopia. O colposcópio é um aparelho capaz de ampliar 20 vezes a imagem da vagina, da vulva, do colo do útero e do ânus. Para flagrar lesões, um líquido reagente é pincelado na mucosa. No caso dos homens, o exame correspondente é a peniscopia. Biópsia. Quando os métodos anteriores acusam alguma alteração, retira-se uma pequena amostra do tecido suspeito. Mais uma vez, ela será analisada em microscópio.
Tratamentos
Entre as opções de tratamento estão laser, substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. As verrugas, por exemplo, são tremendamente persistentes. Agora, se você acabou de descobrir que está entre as vítimas do vírus não deve se desespere. “Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV”, garante o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Segundo o médico, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo mais fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.HPV no homem
Apesar de causar maior estrago nas mulheres, essa família de vírus desaforados não tem preferência sexual. “Nos homens, a contaminação por HPV também é frequente”, conta a epidemiologista Maria do Carmo Costa, do Instituto Nacional do Câncer. Só que, para eles, a higiene é um tanto mais fácil — sem falar que qualquer ferida, por uma questão anatômica, logo salta aos olhos e pode ser tratada depressa.
Entre casaisComo o HPV sabe ser discreto – pode permanecer incubado por um ano e às vezes por período indeterminado –, quando ele aproveita uma brecha do sistema imune para se manifestar fica difícil identificar a ocasião em que foi contraído. Daí, apontar o dedo para o parceiro é a primeira reação. “Já vi casais de separarem por isso”, diz a ginecologista Helena Junqueira, do Hospital Santa Joana, em São Paulo.
Segundo Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, é essencial que exista um diálogo sincero, sem essa de um culpar o outro. “O importante é que ambos façam o tratamento adequado e ponto”, enfatiza.
Tira-dúvidas
Qual é a diferença entre HPV e herpes genital?“Papilomavírus humano (HPV) e herpes (HSV) são vírus diferentes, responsáveis por doenças diferentes, sem relação entre eles, a não ser pelo fato de serem vírus”, afirma Sérgio Mancini Nicolau, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo.
Posso transmitir o vírus mesmo sem lesões visíveis a olho nu?Sim. Pode transmitir e pode pegar de outra pessoa nessa situação. Mesmo latente, ou seja, sem manifestação visível, o HPV tem poder de contaminar.
Alguns tipos de HPV provocam coceira e corrimento?A infecção por HPV costuma ser assintomática. Os sintomas citados são inespecíficos e podem estar relacionados a outros agentes causais, especialmente os corrimentos, que costumam ter outra origem.
Contraceptivo oral é fator de risco para o câncer do colo do útero?O contraceptivo hormonal, assim como o fumo, pode ser considerado um co-fator, que, associado ao papilomavírus humano, pode aumentar o risco de desenvolver o câncer do colo do útero.
Grávidas podem tomar a vacina?Por enquanto, não. Ela até pode ser liberada para gestantes em breve. “Mas, como ainda não foram concluídos estudos sobre sua segurança em casos assim, ela é temporariamente contraindicada”, explica Gabriel Oselka, diretor da Clínica Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitária e em Imunizações (Cedipi).
E quem já passou da idade indicada para a vacinação, pode tomar?Pode. Só que, com o passar do tempo, a mulher talvez já tenha contraído um dos tipos do vírus que a vacina contempla. Daí, claro, mesmo que tome a vacina contra quatro tipos de HPV, a famosa quadrivalente, a proteção não será total. Ainda assim, se não foi infectada por todos, valerá a pena.
Por quanto tempo o imunizante garante proteção?
Por cerca de 8 anos e meio, mas esse prazo ainda não é definitivo. A vacina é recente e não deu tempo para estabelecer a validade, que pode ser maior.
Por que vacinar minha filha de 10 anos?
Ela provavelmente não entrou em contato com nenhum tipo do vírus, por isso o benefício será o melhor possível. A administradora paulista Roberta Fleury Alves Mesquita, 41 anos, que está na foto abaixo com a filha Rafaela, 11, vacinou a menina por orientação do pediatra. “A prevenção não tem idade”, diz. “Acho que um dia ela vai me agradecer por ter feito esse investimento para o seu bem.”
Onde se vacinar
Informe-se e compare, inclusive, preço e condições de pagamento, que podem variar de um lugar para outro. Atenção: a lista abaixo inclui somente clínicas do Estado de São Paulo, capital e interior.
Capital e zonas metropolitanas
CEDIPIAl. Joaquim Eugênio de Lima, 1338 | Jardins
(11) 3887 6111
CLINIVACR. Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 258 | Itaim-Bibi
(11) 3845 1655
R. Francisco Marengo, 1429 | Tatuapé | (11) 3849 1217
DELBONI AURIEMOAv. Vereador José Diniz, 3687 | Brooklin | (11) 3049 6999
PRÓ-VACINAR. Apinagés, 132 | Perdizes | (11) 3673 8520
CLÍNICA LENAv. Brigadeiro Faria Lima, 1826, 2º andar
Jd. Paulistano | (11) 3812 8477
SANTA JOANAR. do Paraíso, 479 | Paraíso | (11) 3284 8824
Av. Rep. do Líbano, 900 | Ibirapuera | (11) 3887 6950
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEINAv. Albert Einstein, 627 | Morumbi (11) 3747 2255
Al. Purus, 105 | Alphaville | Barueri, SP | (11) 2151 1233
Av. Rep. do Líbano, 501 | Ibirapuera | (11) 2151 1233
IPVacin R. Eleonora Cintra, 484 | Jd. Anália Franco | (11) 2671 5625
CIATAv. Vereador José Diniz, 3457, 5º andar | Campo Belo | (11) 5041 1248
FLEURYR. Cincinato Braga, 232 | Paraíso | (11) 3179 0822
PREVENIRR. dos Otonis, 756 | Vila Clementino | (11) 5539 6600
VACINARAv. Portugal, 307 | Brooklin | (11) 5561 2538
CLIAPR. Dr. Jesuíno Maciel, 345 | Campo Belo | (11) 5531 2011
VACINARTER. Coelho Lisboa, 608 | Tatuapé | (11) 2098 3648
IMUNEAv. Indianópolis, 368 | Moema | (11) 5051 5259
IPPAv. Rep. do Líbano, 204 | Ibirapuera | (11) 3884 9988
INSTITUTO PAULISTA DE IMUNIZAÇÕESAl. Gabriel Monteiro da Silva, 429 | Jardins | (11) 3081 8144
VACCINR. Itacolomi, 333, cj. 31 | Higienópolis |(11) 3231 4249
PRO IMUNER. Votuporanga, 175 | Santo André, SP | (11) 4990 9755
R. Maurilio Vieira Ormonde | São B. do Campo, SP | (11) 4123 4300
ALFA-CENTRO MÉDICOR. Bolívia, 416 | Parque da Nações | Santo André, SP | (11) 4479 3208
São Paulo (Interior)
CLEMEDR. Diógenes Duarte Paes, 150 | Ch. Urbana | Jundiaí, SP | (11) 4521 3633
IMUNOCAMPAv. Guilherme de Campos, 500 | Santa Genebra |Campinas, SP | (19) 3756 9900
CLÍNICA GUIDOTTI HADDAD DE IMUNIZAÇÃOAv. Francisco Chagas de Oliveira, 1200
Jd. Morumbi | S. José do Rio Preto, SP | (17) 3227 2737 e 3227 1727
IMUNITYClínica Especializada Em Vacinações | Av. 11 De Agosto, 1.980 | Vila Embaré | Valinhos,Sp | (19) 3829 1702 Ou (19) 3849-2930
VACIN CLÍNICA DE IMUNIZAÇÕESR. Barão de Paranapanema, 288 | Campinas
(19) 3252 6911
PRONTOVACINR. Prudente de Morais, 1645 | Vila Seixas | Ribeirão Preto, SP | (16) 3610 2824 | (16) 3941 3336
VACICLINICAR. Ayrton Roxo, 328 | Alto da Boa Vista | Ribeirão Preto, SP | (16) 3623 2000 e 3625 5663
IMUNOLÓGICAAl. Octávio Pinheiro Brisola, 19-109 | Jd. Aeroporto
Bauru, SP | (14) 3234 4424
CIAME CLÍNICA DE VACINAÇÃOR. Niels Nielsen, 60 | Vila Medon I Americana, SP
(19) 3461 3969 e 3405 2939
PAIVACINAv. Independência, 1129 | Bairro Alto | Piracicaba, SP
(19) 3402 8077
CLÍNICA DE VACINAS GAGETER. Rodrigues do Lago, 398 | V. Padovan | Botucatu-SP (14) 3815 2915
PRÓ-VACINASAv. das Esmeraldas, 379 Jd. Tangará | Marília, SP
(14) 3433 2423
IMUNI-PREVR. Floriano Peixoto, 2162 | Franca, SP | (16) 3722 4084
IMUNIZARR. José Foz, 2669 | V. Formosa | Presidente Prudente, SP | (18) 3221 3571
CENTRO DE VACINAÇÃOR. Mato Grosso, 400 | Araçatuba, SP | (18) 3623 5325
DELBONI AURIEMOAv. Ana Costa, 300 | Santos, SP | (13) 4004 6999
VACCINER. 15 de Novembro, 1718 | São Carlos, SP
(16) 3372 4646
MAR SAÚDEAv. Dr. Epitácio Pessoa, 547 | Santos, SP
(13) 3272 5252
ClÍNICA VITALR. Conselheiro Lafayette, 542 | São Caetano do Sul, SP (11) 4221 4217
COMPAINHA DA VACINAR. Eulália da Silva, 138, 1º andar, sala 1 | Jd. Faculdade Sorocaba, SP | (15) 2101 5338
IMUNECAREAv. Anchieta 343 | Jardim Esplanada | S. José
dos Campos, SP | (12) 3431 3554
CLÍNICA DE PEDIATRIA DA FONTEAv. Bento de Abreu, 703 | Bairro Fonte | Araraquara, SP (16) 3336 1254
NEOCLÍNICAR. Buenos Aires, 320 Vila Maia | Guarujá, SP
(13) 3355 3416
Fonte: Revista saúde é Vital
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